quinta-feira, 27 de março de 2014

100eni

"Na barreira, Alessandro, Ralf, Leandro Castán, Paulinho e Jorge Henrique se agarravam para tentar de qualquer jeito evitar que a bola passasse. Não teve jeito. Com um capricho visto só por quem realmente é especialista no que faz, Rogério mandou a bola no ângulo. festa são-paulina."




No dia 27 de Março de 2011, o São Paulo entrava em campo para mais um jogo do Campeonato Paulista, a partida válida pela 16ª rodada, tinha além da rivalidade óbvia um ingrediente diferente.
O M1TO entrou para aquele jogo com 99 gols marcados, e poderia naquele dia chegar ao 100º aumentando seu recorde e marcando para sempre o rival. Alguns dias antes do jogo o próprio goleiro fez questão de não alimentar  a ansiedade  que tomava cota do torcedor foi direto ao dizer "Eu prefiro ganhar o jogo (a fazer o gol). Precisamos vencer. O centésimo gol uma hora vai sair, o objetivo maior é ganhar o jogo."
Nossos rivais preocupados, trataram de recorrer a velha estratégia de diminuir o possível feito, tentaram  a todo custo afirmar que o gol que não levariam nem poderia ser considerado o 100º uma vez que, adivinhem: "A FIFA não reconhece!"

No dia do jogo sem Lucas que estava servindo a seleção e tentando derrubar o tabu de 11 jogos (eles não sabem ou fingem não saber, mas o maior tabu está a nosso favor 14 jogos entre 2003 e 2007) o São Paulo com o goleiro-artilheiro e também o goleiro-goleiro, escreveu mais um pouco da história, dessa vez longe de casa já que o jogo foi na Arena Barueri devido aos shows no Sacrossanto.
Aos 40 minutos do primeiro tempo Dagoberto soltou a perna direita, num chutaço a bola entrou no canto esquerdo do goleio Julio Cesár que nem viu a "la cor de la pelota".
No segundo tempo, o jogo começou bem para o Tricolor, ao 7 minutos da etapa final Fernandinho pegou a bola na esquerda do ataque, trouxe a jogada para perto do bico da grande área e foi derrubado, falta assinalada com convicção pelo árbitro Guilherme Cereta de Lima. A torcida comemorou, os jornalistas correram para se posicionar, os fotógrafos brigaram pelo melhor lugar atrás do gol, e por alguns segundos a tensão normal em clássicos deu lugar a ao silêncio vindo da arquibancada reservada aos visitantes.
O M1TO fez sua caminhada solitária, saindo da área de defesa em direção ao ataque, ajeitou a bola, olhou por fora da barreira, esperou o apito do árbitro e fez história.
Não vou dizer que o estádio entrou em festa por que seria uma mentira, uma nação entrou em festa em vários pontos da cidade, de vários lugares do estado e em muitas cidades do país.




Rogério Ceni deixava mais uma marca definitiva, aumentava seus número de gols e marcava para sempre o clássico.
Hoje faz 3 anos desta data, e nossos rivais ainda tentam em vão diminuir o feito. Quis o destino que o gol saísse no clássico mais acirrado das últimas décadas, quis o destino que fosse de falta a especialidade do  M1TO.
Mesmo vivendo um quinta feira atípica pelo ocorrido de ontem, sempre se deve relembrar o que faz o futebol ser amado e odiado de certa forma na mesma proporção.
Rogério Ceni é um lenda que ainda está dentro dos gramados, um ídolo que mesmo não reconhecido por 100% da própria torcida inegavelmente deixou seu nome eternizado.


        

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