quinta-feira, 3 de abril de 2014

Como nasce um torcedor?



Vislumbramos um futuro incerto, porém nosso amor é incondicional


No próximo sábado os sócios do São Paulo vão as urnas. O futuro da clube será definido pelos próximos anos, umas das eleições mais importantes das últimas décadas. O que vai acontecer dependerá dos 80 eleitos, e os rumos que o Mais Querido seguirá são incertos.
Sou o que chamamos de torcedor comum, o cara que acompanha o time por amor a camisa, que consome a marca São Paulo. Que vai ai Sacrossanto sempre que possível, que dedica um tempo para escrever como torcedor para o torcedor.
Os últimos anos foram complicados, entramos em um recesso de bons resultados, uma decadência na excelência que sempre nos foi peculiar. Muitos foram eleitos responsáveis por seguidos fracassos, o torcedor apedrejou até alguns ídolos recentemente, tudo por motivos que eu não consigo definir.
Então me pergunto como nascem os torcedores? O que faz um individuo escolher um clube de futebol para torcer?
Nós que não decidimos o futuro daquilo que prezamos e defendemos com muito afinco, nós que formamos a massa humana que fez do Tricolor um dos maiores do mundo esperamos de volta a força de um gigante que se apequenou.
Mas seja qual for o próximo presidente e diretoria, o torcedor continuará ao lado da instituição, do símbolo que representa uma nação. Resgato aqui um texto antigo postado em um desses momentos de incerteza, uma releitura de como escolhi o Time da Fé:

"A grande maioria de nós não sabe precisar com exatidão quando e o porque começou a torcer pelo São Paulo. 
Mas eu me lembro do ano, era 1988! Um ano em que o Tricolor não foi bem, o jogo era contra o Santos no Morumbi, jogo válido pelo Campeonato Paulista.
O comentarista da Radio Record dizia que o Tricolor era favorito mas o resultado final foi um derrota por 3 a 0.
Meu pai que é santista saiu garganteando: "Esses pó de arroz não são de nada!" 
Confesso que nessa época já nutria carinho pelo Time da Fé, no entanto não pelo futebol e sim pelo fato do time carregar o nome e as cores da cidade em que nasci (as cores descobri mais tarde serem por outro motivo).
Naquele dia decidi que iria torcer pelo Mais querido, por que a cidade de São Paulo era muito melhor do que a de Santos (coisa de criança).
O tempo passou, tomei consciência do que o São Paulo, a história, as glórias e a grandeza que esse clube adquiriu só me fizeram amar cada vez mais o Tricolor Paulista.
Hoje estamos vivendo momentos parecidos com aquele, um sentimento de derrota. Um ar de incertezas com um futuro obscuro, mas cheguei a conclusão:
Passei a torcer para esse clube em uma derrota, depois vi o mesmo clube conquistar o Brasil, a América e o Mundo e apesar do desânimo de ver uma potência do futebol com um elenco tão medíocre, com uma mentalidade atrasada sempre amarei o São Paulo Futebol Clube.
Uma derrota sempre abate aqueles que são apaixonados, mas nunca diminuem o sentimento, assim são as fases e uma hora nossas glória vão retornar, força amigos porque o time muda mas não muda o amor pelo Tricolor do Morumbi."

Isso posto. Afirmo meu desejo de ver independentemente de quem vença esse pleito, um São Paulo com a mentalidade de campeão. Mas também, desejaria uma torcida mais preocupada com temas que influenciam e muito no dia a dia, com mais apego ao time mesmo nos piores momentos.
Não posso decidir quem vai "mandar" mas vou continuar sempre carregando o São Paulo na alma.

Ex nihilo nihil fit

Concorda? Não? Deixe seu comentário de forma educada.
Twitter @AdrianoC80

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