terça-feira, 29 de abril de 2014

Admitir o erro, não é "NOBRE"


(Foto: Gustavo Serbonchini/ globoesporte.com/Edição: Adriano Carvalho)


A guerra está declarada! A imprensa em geral já escolheu o lado que vai defender, e não é o nosso.
A velhas rusgas e a mítica história da tentativa de tomar o Parque Antárctica estão de volta. Tudo isso causado por um jogador que embora tenha suas qualidades não é um craque da bola.
O presidente do alviverde Paulo Nobre foi aos microfones alardear contra o Aidar e o Tricolor, muitas análises foram feitas, muita coisa foi dita mas tenho minha versão particular do que aconteceu.
Não vou usar aquele velho clichê de dizer que como qualquer outro trabalhador Alan kardec tem o direito de ir aonde lhe paguem mais, nem vou cometer a estupidez de comparar outros profissionais a um jogador de futebol. Embora entenda e alguns torcedores não, futebol é paixão para quem acompanha de fora, quem vive dele pensa, e com razão com a carteira.

Kardec chegou ao time de Parque Antárctica em Junho do ano passado, o atleta que estava encostado no Benfica de Portugal desembarcou em terras tupiniquins para jogar por empréstimo de um ano.
Certamente nem o mais otimista esperasse um desempenho tão bom no inicio da temporada 2014 e a valorização do jogador foi as alturas, chegou a ser cotado para defender a seleção, era o artilheiro do time.
Mesmo com esses fatos a diretoria alviverde esperou até o limite para tentar a contratação em definitivo do atleta. Kardec esperou pacientemente, aceitou o salário, o contrato por produtividade e depois de tudo acertado só faltava o aval do presidente.
Nobre resolveu barganhar, existe um ditado que diz que o combinado não sai caro, o presidente talvez não conheça, e por uma redução de R$20 mil irritou Kardec que negociava a mais de dois meses os termos do contrato e já tinha tudo como resolvido.
Paulo Nobre blefou, acreditava que o atacante aceitaria de bom grado mais um imposição do clube, pensava que para o jogador era isso ou voltar para o Benfica. A insatisfação caiu na boca da mídia e o São Paulo assim como outros foram atrás do jogador. Nobre pagou para ver, depois de perceber o tamanho da burrada tentou correr atrás do prejuízo, mas já era tarde.
Deve ter passado as últimas noites pensando, como explicaria a sua torcida tamanha vacilo? Achou uma solução. Jogar a culpa no clube que o contratasse, tirar o foco de sua incompetência e sua avareza ao pechinchar com o destaque do seu elenco.
Dizer quase que com voz embargada que falta união dos clubes, que o São Paulo não poderia negociar com um jogador que não era do alviverde. Enfim falou sobre ética e nesse tema quero encerrar esse texto.

O termo ética deriva do grego ethos (caráter, modo de ser de uma pessoa). Ética é um conjunto de valores morais e princípios que norteiam a conduta humana na sociedade. A ética serve para que haja um equilíbrio e bom funcionamento social, possibilitando que ninguém saia prejudicado. Neste sentido, a ética, embora não possa ser confundida com as leis, está relacionada com o sentimento de justiça social.
Paulo Nobre é exemplo no assunto, vou aqui relembrar um ato ético do mandatário.
Gilson Kleina aceitou treinar o rebaixado Palmeiras quando ninguém mais queria, fez dentro de suas possibilidades o melhor e trouxe de volta o clube a primeira divisão. Seu prêmio foi o de ficar messes esperando uma renovação contratual.
Próximo do fim de 2013 todos os jornais esportivos noticiavam a tentativa de Nobre em contratar o argentino Marcelo Bielsa, e o clube não negou tal vontade, mesmo com Kleina ainda no comando.
Depois de uma rápida consulta o hermano pediu a bagatela de R$ 1 milhão por mês livre de impostos, e o Plano B foi renovar com Kleina.
Embora hoje os comentaristas, jornalistas e afins elogiem muito essa permanência não citam a forma ética como ela foi conduzida, Kleina se submeteu Kardec não, simples assim.
É Nobre, talvez fosse mais ético admitir os próprios erros ao invés de culpar o vizinho, literalmente. 

"Geralmente, quem foge da ética é, fatalmente, atropelado pela moral."

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quinta-feira, 24 de abril de 2014

Muito Fraco!

Pato tenta jogada em noite sem inspiração


Caros Tricolores! Começo minha crônica tentando entender como todos o que acontece com o São Paulo?
Percebo nesse ano alguns resquícios de 2013, está claro que a apatia que rondou o Morumbi no brasileiro do ano passado ainda está presente no elenco.
Na noite de ontem, pudemos observar vícios que esse elenco já vem demostrando e que foram responsáveis pela eliminação no Paulistão. A apatia que foi ressaltada pelo nosso capitão tem sido uma constante, e já deu as caras em outras partidas. Geralmente esse comportamento ocorre  como uma síndrome pós título onde os jogadores se acomodam e naturalmente tem queda de rendimento.
Mas porque isso vem ocorrendo no Tricolor? Conversando com outros são paulinos e pensando aqui comigo não tenho uma conclusão formada, me parece que o perfil de alguns atletas que compões o elenco é o de pura e simples acomodação. Boa estrutura, boa alimentação, bom preparo físico e bom salário em muitos casos ocasionam esse comportamento.
O São Paulo que atuou no domingo e venceu com propriedade o Botafogo, não passa nem perto do que foi visto no Rei Pelé. Com um inicio de jogo muito bom foi só abrir o placar para que os comandados de Muricy tirassem totalmente o pé.
Em alguns lances é possível notar a falta de vontade e desatenção total na marcação, o que acaba colocando uma interrogação na cabeça do torcedor.
Qual São Paulo irá a campo no próximo jogo, o da Copa do Brasil ou o do Brasileirão? Vale lembrar que no primeiro jogo da Copa os jogadores também não forçaram muito, não correram e de certa forma empurraram com a barriga.


Apesar da péssima, horripilante e desastrosa arbitragem do senhor Pablo Ramon Gonçalves Pinheiro, que só aplicou amarelos contra o Mais Querido e expulsou equivocadamente Rodrigo Caio, o São Paulo é muito mais time, e mesmo com essas adversidades tem obrigação de atuar com no mínimo mais garra.

Apesar de ter um enorme respeito pelo Muricy, ainda tenho muita desconfiança em relação ao sua capacidade de mudar algo em partidas decisivas. Vide suas mexidas desastrosas ontem e sua passividade diante do Penapolense.
Sei que o perfil do treinador é outro, e embora tenha sido discípulo do Mestre Telê não me parece que tenha aprendido com ele como motivar jogadores para jogos decisivos. Ainda não aceito o fato de que ele não consegue a beira do campo mudar o panorama de uma partida. No jogo da volta o torcedor não espera apenas uma vitória, e sim uma apresentação consistente. Também esperamos uma regularidade que tem faltado ao time desde o começo da temporada.
Costumo criticar abertamente alguns atletas, mas nesse texto vou me ater a um pensamento. Não importa o presidente nem o treinador que comanda o clube. Não importa o número de torcedores presentes dentro do estádio. Sem alma, sem vontade e sem determinação não há possibilidade de conquista, seja por três pontos seja pela taça de campeão.
A torcida sempre pede raça. Eu peço respeito ao adversário e ao manto sagrado de três cores, apatia vestindo o manto é inadmissível! 

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quinta-feira, 3 de abril de 2014

Como nasce um torcedor?



Vislumbramos um futuro incerto, porém nosso amor é incondicional


No próximo sábado os sócios do São Paulo vão as urnas. O futuro da clube será definido pelos próximos anos, umas das eleições mais importantes das últimas décadas. O que vai acontecer dependerá dos 80 eleitos, e os rumos que o Mais Querido seguirá são incertos.
Sou o que chamamos de torcedor comum, o cara que acompanha o time por amor a camisa, que consome a marca São Paulo. Que vai ai Sacrossanto sempre que possível, que dedica um tempo para escrever como torcedor para o torcedor.
Os últimos anos foram complicados, entramos em um recesso de bons resultados, uma decadência na excelência que sempre nos foi peculiar. Muitos foram eleitos responsáveis por seguidos fracassos, o torcedor apedrejou até alguns ídolos recentemente, tudo por motivos que eu não consigo definir.
Então me pergunto como nascem os torcedores? O que faz um individuo escolher um clube de futebol para torcer?
Nós que não decidimos o futuro daquilo que prezamos e defendemos com muito afinco, nós que formamos a massa humana que fez do Tricolor um dos maiores do mundo esperamos de volta a força de um gigante que se apequenou.
Mas seja qual for o próximo presidente e diretoria, o torcedor continuará ao lado da instituição, do símbolo que representa uma nação. Resgato aqui um texto antigo postado em um desses momentos de incerteza, uma releitura de como escolhi o Time da Fé:

"A grande maioria de nós não sabe precisar com exatidão quando e o porque começou a torcer pelo São Paulo. 
Mas eu me lembro do ano, era 1988! Um ano em que o Tricolor não foi bem, o jogo era contra o Santos no Morumbi, jogo válido pelo Campeonato Paulista.
O comentarista da Radio Record dizia que o Tricolor era favorito mas o resultado final foi um derrota por 3 a 0.
Meu pai que é santista saiu garganteando: "Esses pó de arroz não são de nada!" 
Confesso que nessa época já nutria carinho pelo Time da Fé, no entanto não pelo futebol e sim pelo fato do time carregar o nome e as cores da cidade em que nasci (as cores descobri mais tarde serem por outro motivo).
Naquele dia decidi que iria torcer pelo Mais querido, por que a cidade de São Paulo era muito melhor do que a de Santos (coisa de criança).
O tempo passou, tomei consciência do que o São Paulo, a história, as glórias e a grandeza que esse clube adquiriu só me fizeram amar cada vez mais o Tricolor Paulista.
Hoje estamos vivendo momentos parecidos com aquele, um sentimento de derrota. Um ar de incertezas com um futuro obscuro, mas cheguei a conclusão:
Passei a torcer para esse clube em uma derrota, depois vi o mesmo clube conquistar o Brasil, a América e o Mundo e apesar do desânimo de ver uma potência do futebol com um elenco tão medíocre, com uma mentalidade atrasada sempre amarei o São Paulo Futebol Clube.
Uma derrota sempre abate aqueles que são apaixonados, mas nunca diminuem o sentimento, assim são as fases e uma hora nossas glória vão retornar, força amigos porque o time muda mas não muda o amor pelo Tricolor do Morumbi."

Isso posto. Afirmo meu desejo de ver independentemente de quem vença esse pleito, um São Paulo com a mentalidade de campeão. Mas também, desejaria uma torcida mais preocupada com temas que influenciam e muito no dia a dia, com mais apego ao time mesmo nos piores momentos.
Não posso decidir quem vai "mandar" mas vou continuar sempre carregando o São Paulo na alma.

Ex nihilo nihil fit

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