Que o
brasileiro possui a mania de homenagear seus ídolos após sua morte não é
novidade e, que nem sempre existe reconhecimento por uma pessoa que deu tanto
por uma organização também não é. A novidade é que um grande atleta do São
Paulo pode ser ajudado por sua torcida.
Friedenreich,
morto em 1969, foi o "Tigre" brilhou com as camisas dos amadores
Paulistano e Ypiranga e teve passagens breves por Flamengo e Santos. No entanto,
se eternizou como ídolo nos primeiros meses de existência do Tricolor Paulista.
Ele foi o primeiro grande nome do São Paulo após sua fundação, no começo da
década de 30 [nos
cinco primeiros anos, como São Paulo da Floresta]. Mesmo já
veterano, ajudou o clube a conquistar seu primeiro título, o Campeonato
Paulista de 1931, em cima do futuro arquirrival Corinthians. Com a camisa
tricolor, disputou 127 partidas até 1935 e anotou 103 gols.
Antes de
falecer, Friedenreich junto ao Jornalista Paulo Várzea estava preparando uma
autobiografia de sua carreira, mas não teve tempo de concluí-la. Há três anos
esse acervo foi descoberto pelo editor César Oliveira que, buscou patrocínio em
várias empresas, em especial o São Paulo Futebol Clube, mas teve seu pedido recusado
e agora pra essa autobiografia ser publicada conta com o Ministério da Cultura,
para captação de financiamento através da Lei Rouanet
O material
descoberto conta com cerca de 100 fotos, com todas as pessoas devidamente
registradas no verso pelo próprio Friedenreich. No produto final, o texto
original virá acompanhado por observações atuais do historiador Ivan Soter, um
especialista na memória do futebol nacional.
"É
uma autobiografia dele, certamente escrita pelo jornalista, amigo dele, Paulo
Várzea. É escrito toda na primeira pessoa, numa dessas generosidades próprias
dos amigos do peito, que escreveu o livro para ele, que não tinha a menor
condição de produzir com aquele charme típico dos textos jornalísticos",
relata o editor César Oliveira.
"Está
tudo comprovado, com contrato de edição assinado pela esposa, Dona Joana, com a
Editora Gol. Tem uma carta de três laudas do Araken Patuska [ídolo do Santos na
década de 20, disputou o Mundial de 1930], parabenizando pelo
livro, desejando sucesso. Ainda tem uma dedicatória do Leônidas da Silva.
Aparentemente o Friedenreich trabalhava no livro sem alarde, querendo fazer uma
surpresa", acrescenta.
À espera
de incentivadores, o texto do projeto está pronto, encaminhado atualmente à
etapa de desenvolvimento visual. Quem quiser colaborar com o lançamento das
memórias de Friedenreich pode entrar em contato com sua produção, pelo seguinte
e-mail: cesar.oliveira@livrosdefutebol.com
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