Fotos: Placar/Edição Adriano Carvalho
Hoje a torcida pede incessantemente por ele no banco de reservas, tido como turrão e mal humorado, é hoje um dos técnicos mais respeitados do país.
Muricy Ramalho tem uma grande história dentro do São Paulo, história essa que vai muito além dos títulos brasileiros conquistados como treinador.
Em 1965, foi trazido ao Tricolor por Waldemar Carabina, Muricy integrou o time Dente de Leite, e era tido como uma grande promessa, ele atuava como meia ou ponta de lança (posição extinta no futebol).
No ano de 69, jogou a final do Campeonato “Dente de Leite” patrocinado pela TV Tupi, e organizada por Roberto Petri, Ely Coimbra e Sergio Baklanos. A final contra o Nacional-SP foi disputada no estádio Nicolau Alayon casa do adversário, e segundo consta foi assistida por 15.000 pessoas, com vitória do Tricolor, o primeiro título de Muricy.
Foto: Quefimlevou.com
Em 22 de Agosto de 1973, atuou pela primeira vez no time profissional, em um amistoso preparatório para o campeonato brasileiro, o jogo contra o União Bandeirante foi vencido por 1 a 0. Muricy passou a ser aproveitado no decorrer de algumas partidas. Tinha na época 16 para 17 anos, a imprensa achava o jogador ainda sem estrutura para assumir a titularidade do São Paulo, que acabou emprestado-o ao Pontagrossense do Paraná, para adquirir experiência.
Alguns meses depois ele estava de volta, e em 10 de Novembro estreou contra o Coritiba no Morumbi, jogo que acabou empatado em 2 a 2.
Em 1975 teve seu grande ano, ganhou peso, e foi destaque do campeonato paulista, na final contra a Portuguesa, acabou expulso pelo o árbitro Dulcídio Wanderley Boschilia por uma entrada forte em Dicá, Muricy não tinha acertado o jogador da Lusa, que simulou bastante, preocupado com o companheiro após o jogo foi ao vestiário do adversário se desculpar. Ficou surpreso em ver Dicá bem, depois em entrevista mostrou personalidade:
"Eu estava pensando que minha falta tinha sido mais dura. O Dicá fez mais encenação, a dor foi mesmo muito pequena. Como o juiz estava longe, acabou me expulsando."
Muricy chorou muito nos vestiários, e não viu o Tricolor vencer a partida nos pênaltis por 3 a 0.
Time Campeão Paulista de 1975 foto placar.com
O grande José Poy era treinador do São Paulo, e apesar de reconhecer a habilidade do jovem, não concordava com o estilo que Muricy tinha, cabeludo e fumante, era constantemente alertado pelo técnico conservador:
“Garoto, vida de atleta é curta! Você precisa se cuidar… Largue o cigarro… Cuidado com a imagem… Corta esse cabelo!”
Muricy gostava do visual, e arrumou briga por isso, chegou a ser afastado por alguns dias, quando foi reintegrado marcou gol, bateu o pé e não cortou o cabelo.
Em 1976, Waldemar Carabina treinava o Náutico, o treinador tentou tirar Muricy do São Paulo, mas o diretor de futebol, José Douglas Dallora e o pai de Muricy, Marinho Ramalho, já tinham acertado renovação contratual.
Em 1977, o jogador teve um ano para se esquecer, no jogo contra o Botafogo-SP, sofreu uma grave lesão nos ligamentos do joelho direito, o médico José Carlos Ricci, chegou a engessar o joelho do meia, a previsão era de 10 dias de afastamento.
Mas dias depois o prognostico passou a três messes, na verdade Muricy só voltaria a campo em 78, não participando da campanha do título do brasileiro.
Poy detestava, mas Muricy não mudava o visual foto quefimlevou.com
Muricy nunca mais foi o mesmo, para muitos ele não voltaria a jogar, mas ele aparecia constantemente nos treinos para assistir, algo incomum para um jogador, a contusão também o tirou da Copa do Mundo, frustração que ele sempre reconheceu.
Em 1979, com 177 partidas com o manto e 26 gols, Murici foi vendido ao Puebla do México por cem mil dólares.
Ele jogou pela equipe mexicana até 1984, quando retornou ao Brasil, encerrou a carreira jogando pelo América-RJ em 1985, então com 30 anos devido a seguidas contusões. No começo dos anos 90 voltou ao São Paulo para trabalhar como auxiliar técnico do mestre Telê, em 93 treinou o Puebla do México, voltou ao Tricolor em 1994, dessa vez para ser técnico.
Muricy aprendeu muito com o Mestre Foto: placa.com
Deixou o comando do Mais Querido em 96, e após trabalhar em diversos clubes pelo Brasil, sempre conquistado títulos, voltou mais uma vez para o Morumbi para se sagra Tricampeão Brasileiro. sua ligação com o São Paulo é inegável, por essa razão não poderia deixar passar em branco um data tão importante, o garoto franzino que chegou ao clube ainda criança e se tornou um grande nome do Mais Querido.
coma a camisa do América-RJ a esquerda, e com a do Puebla MEX a direita.
Foto quefimlevou.com
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